Peça em Construção

Este é bem mais que um blog, na verdade é um espaço que reservo para dividir com todos os internautas o processo de criação de minha terceira peça teatral. Peço que notem que por ser este um blog e portanto ter estrutura que não se enquadra perfeitamente no que desejo, todo o processo de criação será postado em APENAS UM POST, sempre que possível ATUALIZADO. Boa leitura a todos! Enio Valcanova Castro

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Local: Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil

5/05/2005

01

Pedro: (para si) Doi (pausa). Sei apenas que sangro tuas últimas imagens, sangro teu gosto, sangro teus cheiros e aqueles sonhos envenenados... (pausa) Sangro como apenas os estúpidos... eu sou estúpido! O resto, depósito de misérias, o grito dos órfãos! (pausa. para si. desconsolo) Sangro todo meu sangue e nem ao menos desfaleço; antes, permaneço alerta, em vigília para que tu não sumas de mim. (pausa longa) Tu estás apodrecendo, apodrecendo aqui dentro! Teu cheiro, azedo, já sai de meus poros! (pausa) Desfaz-se tua carne dentro de mim... Queres que gangrene de ti?!
A noites o sono não me abençoa. A noites Morfeu me nega os braços... E tu? Tu permaneces cravada em minhas costas, transfixando o coração como uma adaga maldita! Adaga sem fio, sem ponta, enferrujada!!! (desalento. patético) Nem ao menos o sangue escorre... e eu aqui... vomitando teu nme em cada poema que escrevo feito um escravo dessa distância que deveria ser morfina. (pausa longa) Mas não! Não te basta a miséria em que vivo! Oesquartejamento da minha alma pra ti foi pouco, "insignificante ", (descontrolando-se) Queres bem mais que "apenas" isso!Queres que eu mora de gangrena por não poder mais te amputar! Isso! É esse o teu desejo!!!! Te delicie então: até os cacos de vidro se negam a estraçalhar meus pulsos!!!! (pausa longa. caindo em si. envergonhado do surto) Sono... por deus, uma maldita noite de sono...
Desconheço, já, meu próprio universo... nem sei onde guardo as minhas meias. (pausa) Nem tenho meias! Meu deus!A caneta! (procura desesperadamente caneta e papél entre os "escombros". Escreve enlouquecidamente, amassa um por um dos poemas até que um deles "presta. o lê com os olhos, acende um isqueiro e o queima. para todos. patético. Na verdade mais perdido que patético. em tom confissional para a plateia) E-mail dos aflitos... (pausa) Dizem que assim o pensamento chega mais rápido ao destinatario! (pausa. FÚRIA) Queres tomar de mim até mesmo a sanidade mental, sua filha da puta?! (música: tTudo em MinhaVida, com Leila Pinheiro)